No livro das Constituições da OSMdL, o espírito de comunidade se abre e se desenvolve através de três pontos essenciais:

1. Evangelização (Const. 8) mediante o empenho da ação apostólica que constitui a própria vida da Obra e que deve ser sempre animada por um profundo espírito de oração pessoal e comunitária como fonte primária de uma união luminosa com Deus (LG 5), todos em união com a Igreja como sacramento universal de salvação (LG 48).

A prodigiosa imagem de Nossa Senhora da Luz apresenta um fato decisivo na missão da Obra, nomeadamente a de um mandato claro e autorizado: a Virgem Maria confia aos seus filhos a árdua tarefa de receber e transmitir a LUZ, o Filho de Deus encarnado vivido , morto e ressuscitado por cada homem, por cada criatura que está sob o céu . E isto com força e audácia: "faze tudo o que ele vos disser" (Jn 2,5).

2. Vida fraterna em comunidade. Depois do apelo dos primeiros discípulos (Jo 1, 35ss), é fundamental que os irmãos da Obra tomem consciência de que não pode haver uma autêntica ação evangelizadora sem o testemunho concreto e visível de uma vida fraterna vivida em harmonia consigo e com os irmãos e irmãs da comunidade (LG 46).

A primeira prática de piedade ficará reservada à procura dos dons e da valorização do outro, considerando que é também a limitação e a fragilidade de cada um que permite que a fraternidade cresça e amadureça como sinal desejado pelo próprio Jesus: “Disto todos saberão que são meus discípulos "(Jo 13,34-35).

Por isso, sentir "a igreja do filho mais novo" (Lc 15, 11-32) ajudará os irmãos a viverem constantemente na perspectiva de acolher o outro, como o Pai "espera o filho mais novo". Não é por acaso que a opção pela minoria evangélica pretende caracterizar o estilo de vida e a dinâmica interna da fraternidade diante de um mundo que espera ansiosamente o cumprimento da plenitude dos tempos. Uma minoria vivia não só ad extra, isto é, vivida com o olhar e a atenção aos mais pobres, mas também ad intra. Uma minoria que pode descobrir a beleza e o valor do irmão e da irmã da comunidade.

3. Serviço aos pobres. A escolha do menor, do indefeso, do despossuído, segundo as indicações das obras de misericórdia corporais e espirituais, deve tocar e transformar o coração e as ações de cada irmão e irmã da comunidade.

A passagem da conversão do simples serviço aos pobres, obra admirável de verdadeira busca de Deus (Jo 13,1ss), ao desejo constante de tornar-se pobre e encarnar cada vez mais o rebaixamento do Filho de Deus, deve ser sempre crescente. fez-se pobre na carne: «Jesus Cristo, sendo rico, tornou-se pobre por ti, para que te enriqueceste com a sua pobreza» (2 Cor 8, 9).

A Obra de Santa Maria da Luz, a Associação Comunitária de Nazaré se colocam sempre na dimensão mariana da escuta da Palavra para reconhecer na Mãe de Deus, Mãe da Luz, a ajuda dos cristãos e a mediadora de toda graça. O Ícone do Santuário de Collelungo sublinha como a Mãe de Jesus indica com a mão direita o Filho que carrega o pergaminho "Qui sequitur me non ambulat in tenebris" e, assim apontando, chama a atenção para o Menino que ela carrega nos braços como se o “Caminho” a seguir e pronto a sublinhar “Faze o que ele mandar” (Jn 2,5).

Durante a vida ministerial e consagrada, os membros da Obra estarão atentos ao exemplo dos santos, para haurir no seu testemunho força e constância no seguimento das pegadas de Cristo Salvador e Redentor. Uma atenção particular será dada à vida e às obras de São Vicente de Paulo e de São Francisco de Assis, cujo exemplo sempre nos inspirou.

Portanto, Evangelho e Eucaristia. A Palavra e o Pão . Tudo permeado pela Oração e pela Alegria de compartilhar os passos da nossa caminhada com os irmãos e irmãs da comunidade. A Obra de S. Maria della Luce e da Associazione Comunità Nazareth deve viver sempre em harmonia o encanto, a força e a tarefa da Missão ad gentes. Assim poderão ter a certeza de continuar o seu caminho segundo a vida e os ensinamentos de Cristo: único Salvador e Redentor do homem e da história.

Por fim, a Obra de Santa Maria da Luz, juntamente com a Associação Comunitária de Nazaré, não exclui a escolha dos irmãos que desejam viver a dimensão contemplativa, como o livro das Constituições menciona no ponto 16 (Oséias 2.16).